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A história do Pinhal das Freiras

Um património vivo de história e biodiversidade

Desde os tempos medievais, o Pinhal das Freiras tem sido uma peça fundamental da região Margem Sul do Tejo. Um refúgio de vida selvagem, um motor económico e uma testemunha das transformações ao longo dos séculos. Este pulmão verde, outrora coutada real e fonte de sustento para gerações, mantém sua relevância tanto como memória histórica quanto como um símbolo de riqueza ambiental.

Idade média

Início da plantação de pinheiro-bravo e exploração

Em 1381, o Rei D. Fernando I nomeou João Marques como monteiro-mor das matas que iam da Serra da Arrábida até Almada, incluindo Amora. Na época, o Pinhal das Freiras era uma coutada de caça real, com javalis, gamos e veados em florestas de sobreiros e pinheiros. Foi nesse período que se incentivou a plantação de pinheiro-bravo, moldando a paisagem atual.

Séc. XVII e XVIII

Um motor económico para Lisboa

Neste periodo, as matas da Margem Sul, como o Pinhal das Freiras, eram fundamentais para abastecer Lisboa com lenha e carvão para diversas indústrias e conforto doméstico.

Em 1655, os frades de Santa Maria de Belém, na altura proprietários de vastos pinhais desta região, implementaram restrições ao corte de árvores para proteger os recursos naturais. 

até ao Séc. XIX

O sustento da comunidade local

As profissões tradicionais, como as dos mateiros, carvoeiros e carreteiros, tornaram-se pilares da economia local. Esses trabalhadores passavam semanas no pinhal, organizando o corte sustentável de pinheiros e transportando os recursos em carretas puxadas por bois até aos portos ribeirinhos. As técnicas sustentáveis da época garantiram o equilíbrio entre exploração e preservação.

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Pinhais João Coelho Abreu 1847 (1).jpeg
Empresa Casa Pereira, Pinhal Verdízela 1954.jpeg

Que ninguém corte pinheiros, nem sobreiros, nem arranque cepo, nem cepa, nem tojo, nem outro qualquer mato.

1655, Carta Privilégio (concedida pelo Rei D. João IV aos frades do Mosteiro de Santa Maria de Belém)
*imagens do blog As Raizes de Amora
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Bilha de Barro Mateiros.jpeg
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Classificação Rede Natura 2000

Um refúgio natural de importância Europeia

O Pinhal das Freiras faz parte da área de Fernão Ferro/Lagoa de Albufeira integrada na Rede Natura 2000 sob o código PTCON0054 e classificada como Zona Especial de Conservação (ZEC). No concelho do Seixal, esta área ocupa aproximadamente 1.167 hectares, representando cerca de 12% do território municipal.

O que é a Rede Natura 2000?

A Rede Natura 2000 é a maior rede coordenada de áreas protegidas do mundo, criada pela União Europeia com o objetivo de preservar a biodiversidade, protegendo habitats naturais e espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis. Estabelecida ao abrigo da Diretiva Habitats (92/43/CEE) e da Diretiva Aves (79/409/CEE), esta rede cobre territórios terrestres e marítimos em todos os Estados-Membros da UE.

*Imagem - Natura 2000 Viewer
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O que é uma Zona Especial de Conservação (ZEC)?

A área de Fernão Ferro/Lagoa de Albufeira, que inclui o Pinhal das Freiras, foi formalmente classificada como ZEC em 2020, conforme consta no Decreto Regulamentar n.º 1/2020. Esta designação, identificada pelo código PTCON0054, reconhece o seu papel crítico na conservação de habitats naturais prioritários, como charcos temporários mediterrânicos, e na proteção de espécies ameaçadas

*Imagem - Decreto Regulamentar n.o 1/2020 de 16 de Março 2020

Como é que o Pinhal das Freiras se enquadra nestas classificações

Presença de habitats protegidos

Existem tipos de habitats considerados prioritários pela Diretiva Habitats da União Europeia, como charcos temporários mediterrânicos e charnecas húmidas atlânticas, essenciais para a conservação da biodiversidade. A área alberga espécies de fauna e flora de interesse comunitário, cuja proteção é fundamental para a manutenção da biodiversidade na região.

Valor ecológico e estratégico

O Pinhal é essencial para o equilíbrio ambiental e a mitigação das alterações climáticas, alinhando-se com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Apesar do actual plano para o Parque Metropolitano da Biodiversidade contemplar estas metas, acreditamos que a destruição da zona florestal adjacente seja contraprodutivo.

Uma floresta é um ecossistema que não se divide
O Pinhal das Freiras é um ecossistema vivo, interligado e muito mais vasto do que os 7 hectares do Parque Metropolitano da Biodiversidade destacados pela CM Seixal. Reduzir a proteção a uma pequena parcela ignora a complexidade e a interdependência que sustentam a vida neste habitat único. 

O plano de urbanização UPG33 visa a deflorestação de mais de 50% do Pinhal das Freiras.
seixal + verde

Movimento cívico apartidário em defesa do ambiente e das florestas do Seixal

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